segunda-feira, 11 de maio de 2015

Escola da Ponte - Inovação para à Educação

Com o apoio de toda a comunidade, a Caminhada pela Paz virou um movimento tradicional de Heliópolis. Desde 1999, foram 16 edições
Com o apoio de toda a comunidade, a Caminhada pela Paz, 
virou um movimento tradicional de Heliópolis. 
Desde 1999, foram 16 edições
    Nos dias em que vivemos a educação tem se moldando cada dia mais, sendo necessária renovações para ter melhor desenvolvimento na Educação. Apesar das dificuldades que são encontradas, a escola vem se modificando para conseguir acompanhar as modernidades e principalmente a necessidade de um novo pensamento da educação. E a escola da Ponte é um exemplo disso, uma escola que segue um modelo da escola de Portugal, quebrando as barreiras das paredes para melhor educação e desenvolvimento dos alunos.
  Formado em Pedagogia, Filosofia e História e com pós-graduação em Educação Comunitária, o educador Braz Rodrigues Nogueira, 61 anos, dirige desde 1995 a Escola Presidente Campos Salles, em Heliópolis, zona leste paulistana. O colégio tem 60 professores e cerca de mil alunos no Ensino Fundamental. A escola pública da rede municipal, que abriu suas portas em 1957, até meados da década de 1990 tinha sérios problemas com a violência. Era preciso agir - e rápido. Foi quando Braz inovou: passou a dar voz aos alunos e promover a derrubada dos muros que os separavam. Ajudou a criar a Caminhada da Paz, em 1999, hoje em sua 16ª edição, e acumulou vitórias incontestes na educação.
     E em entrevista exclusiva, conta ao Terra como ser proativo e agir com carinho num mundo cheio de negatividade.

Terra - Como se prega a democracia em um ambiente dinâmico e com tantas regras?
Braz Rodrigues Nogueira - Ao ver o aluno e o professor como seres competentes, capazes de tomar decisões e se organizar para aprender a conviver. A questão da democratização, da participação do aluno, é decorrente dessa visão: de que o ser humano 'aluno' tem condições de caminhar com as próprias pernas.

Terra - Quem participa desse modelo?

Braz - Todos os alunos. Em cada um dos três períodos da escola, temos quatro grandes salões de aula, com uma média de cem estudantes em cada. Cada salão tem o seu representante e uma comissão, sendo que a principal função dela é cuidar da convivência escolar. Criamos a República dos Alunos, com prefeito, 15 vereadores e quatro Secretarias: Cultura e Esporte, Convivência e Diversidade, Saúde e Meio Ambiente e Comunicação Social.

Terra - Quais os benefícios dessa democratização para o aluno?

Braz - Autonomia, responsabilidade e solidariedade são as diretrizes do projeto, que tenta superar as práticas pedagógicas que veem a criança como um ser menor, uma tábua rasa, em que o adulto sabe o que é melhor para ela. Nós vemos este jovem como um adulto: um ser completo, integral, como alguém capaz de tomar decisão e se organizar individual e coletivamente para aprender e viver. Essa vivência nos leva a mudar todas as práticas aqui na escola.

Terra - A democracia humanizou as relações? Impactou a violência?

Braz - Há 18 anos, quando eu aqui cheguei, os alunos eram muito diferentes. Tínhamos cinco a seis brigas diárias, de sair sangue. Hoje nós ficamos até três meses sem uma agressão física na escola. O diálogo é o instrumento de resolução.

Terra - Derrubar as paredes foi uma tarefa difícil? 

Braz -Só foi possível retirar as paredes por conta da forte integração entre escola e comunidade. Mas até hoje temos pais que vêm aqui e acham que os filhos devem ficar mais 'presos', com a tradicional divisão de paredes.


Fonte: Dialoog Comunicação, site Terra. Disponível em: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário